quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ausência - motivo: Férias

Caros colegas,

Estarei ausente aproveitando um pouco a família em férias e não acessarei a internet até o dia 17.01. Conto com a compreensão dos colegas e podem ter certeza que voltarei com muita energia para discutirmos os assuntos de interesse dos associados.

Mais um ano está terminando e um novo ano está iniciando trazendo grandes expectativas de mudanças (sempre para melhor, é claro), novos planos, alguns abandonados e que surgirão novamente como promessas de plano de ação para 2012. Alguns sempre surgem nessa época, como por exemplo: "Em 2012, vou iniciar, quer dizer, reiniciar a malhação"; "vou começar (recomeçar) a dieta"; "vou trabalhar menos e me divertir mais com a família", etc. Promessas que se repetem e que, com o envolvimento com a rotina, acabamos esquecendo de cumpri-las, mas o mais legal é se divertir até com as promessas não cumpridas, aliás, estamos tão acostumados com "promessas não cumpridas", não é mesmo?

Eu espero que 2012 traga excelentes bons desafios e que vocês consigam cumprir oque prometeram na passagem do ano... :-) Desejo a todos um ano repleto de alegrias, muita saúde, paz (estamos precisando muito) e muito, mas MUITO AMOR.

Com desejos de Festas Felizes, ouso "tomar" emprestada asabedoria de Fernando Pessoa, quando afirma que
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Abraços,
Cecilia Garcez

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Expectativas para o final do ano

O final do ano está chegando e com ele a preocupação de com qual resultado a PREVI fechará seu balanço. Como a Bolsa de Valores tem um impacto significativo no resultado, observamos na torcida de que o Ibovespa feche acima dos 56.000 pontos. A torcida está valendo, pois ontem fechou em 57.669. Geralmente nesse finalzinho de ano, não há muita variação. Dessa forma, podemos contar com um resultado de, aproximadamente, 57.000 pontos, o que nos tira do risco de termos o BET suspenso em 2012.

Eu gostaria de ressaltar que o objetivo de apresentar essas análises é para que os associados se conscientizem e saibam que estamos correndo riscos não necessários no Plano 1. Conhecer a realidade é o primeiro passo para termos condições de questionar, discutir e apresentar soluções. Aliás, esse é o objetivo deste blog - criar discussões. Conforme o gráfico ao lado, podemos verificar que o Ibovespa, no mês de dezembro, teve uma performance bem variável, como de costume. Como faltam apenas poucos dias para o fechamento do ano, não acredito que surja uma nova crise que abale o mundo e o Brasil a ponto de mudar esse resultado.
Apesar de verificarmos que o fechamento da Bolsa de Valores nesse patamar nos tira do risco de ter o BET suspenso, é bom lembrar que os recursos que foram apartados no fundo previdenciário para pagamento desses benefícios, estão sendo esvaziados pelos valores (não contabilizados na época) do grupamento pré-67, que deveriam ser de responsabilidade total do Banco, porém até o momento sem a contrapartida da patrocinadora. O interessante é que existe um prazo legal para que a Fundação comunique possíveis aportes não realizados pela patrocinadora à PREVIC e também existe um prazo legal para que a patrocinadora honre com seus compromissos. Fica a pergunta: por que o BB ainda não aportou os recursos referentes ao grupamento pré-67 no fundo previdenciário? Caso isso não seja feito, os recursos, independente de resultado da Bolsa de Valores, terminariam em 2013, não cumprindo o prazo estabelecido no acordo.

Outro ponto de destaque que não podemos perder de vista é o item que ficou pendente de discussão em relação ao acordo da utilização do último superávit - que é a revisão do regulamento. Segundo alguns colegas, as negociações foram suspensas porque o Banco quer incluir nas discussões o teto de R$ 80.000,00. Não aceita discutir revisão sem que o teto proposto seja aprovado. E esse absurdo não podemos deixar acontecer.

Eu gostaria de fazer uma análise do resultado da Previ até outubro, porém o demonstrativo de resultado que há no site ainda é o que eu apresentei, ou seja, setembro. Vamos aguardar para ver se esta semana ainda é divulgado o resultado do mês de outubro.

Cecilia Garcez



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Fundos de Pensão não cumprirão Meta do Ano (matéria O Globo)

Caros colegas,

Vocês lembram daquele ditado: "O gato subiu no telhado"? Vejam a matéria que saiu no jornal O Globo do dia 15.12. A rentabilidade da Previ até outubro ficou em 5%, sendo que a rentabilidade dos títulos públicos acumulou 11,74%; créditos privados: 11,31%; ações (-2,33%); investimentos imobiliários: 28,96%, Empréstimo Simples: 10,21% e Empréstimo Imobiliário: 10,32%. Podemos verificar que os investimentos em ações este ano estarão impactando negativamente o resultado da Previ, principalmente do Plano 1, onde há, aproximadamente, 63% alocados em renda variável.

Devido à queda na Bolsa, rentabilidade de Previ, Petros e Funcef ficará abaixo de 9,73%
BRASÍLIA. A crise global atingiu em cheio os três maiores fundos de pensão do país: Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (da Petrobras) e Funcef (da Caixa Econômica Federal). Este ano eles não vão conseguir cumprir a meta atuarial - rentabilidade necessária para cobrir todas as despesas com aposentadorias no futuro, trazidas a valores de hoje. Segundo cálculos do governo, o retorno dessas três entidades ficará entre três e quatro pontos percentuais abaixo do fixado, descontada a inflação, por causa do tombo na Bolsa de Valores. A maior parte dos ativos está aplicada em renda variável.
Os três fundos respondem por 54% dos investimentos do setor, um total de R$292,5 bilhões. Na Previ, o montante aplicado em renda variável gira em torno de 63%; na Petros, de 40%; e na Funcef, de 33%.
A Funcef, por exemplo, conseguiu até outubro uma rentabilidade de 4,91% dos 9,73% (5,5% mais INPC) fixados. O presidente da entidade, Carlos Alberto Caser, reconheceu ontem que dificilmente a meta será atingida. Mas ele ressaltou que a Funcef tem um colchão para honrar as despesas por dois anos, sem precisar se desfazer dos ativos (ações ou imóveis).
Para melhorar seus resultados, a Funcef vai direcionar as aplicações em títulos do governo para papéis de empresas privadas, dos setores de infraestrutura, alimentação e varejo. A entidade tem R$14 bilhões na Bolsa e apenas R$1,6 bilhão na carteira de crédito privado. Em títulos públicos, são R$21,2 bilhões.
Previ e Petros não quiseram informar seus desempenhos até outubro. Mas, segundo fontes do governo, também sofrem com a crise, acumulando perdas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Nova Diretoria da Anabb

Caros colegas,

Hoje aconteceu a reunião da Anabb com o novo Conselho Deliberativo eleito pelos associados. Também foi eleita a nova Diretoria da Anabb. Segue a matéria disponibilizada no site da Anabb.

Na reunião, os conselheiros elegeram por unanimidade o presidente do Conselho Deliberativo, João Botelho, o presidente e os quatro vice-presidentes da ANABB. O mandato dos eleitos é de quatro anos. A posse dos conselheiros fiscais, da diretoria executiva e dos diretores regionais será no dia 13/01/12.
A conselheira Graça Machado, ao passar o posto para o novo presidente do Conselho Deliberativo, agradeceu o apoio dos colegas na curta gestão. O novo presidente do conselho, por sua vez, destacou que neste processo eleitoral o corpo social foi o verdadeiro vencedor. “Nossa missão é seguir com um trabalho de ética e na busca por resultados”.
Sérgio Riede foi escolhido, por unanimidade, para o cargo de presidente da ANABB. Ele enalteceu o trabalho dos colegas que transformaram a entidade nesta grandiosa instituição e ressaltou que trabalhará para preservar as conquistas. “Com o apoio dos conselheiros, vamos aperfeiçoar os canais de comunicação. O objetivo é fazer uma gestão compartilhada. Tudo o que nos une é o interesse dos associados”.
No cargo de vice-presidente Administrativo Financeiro assumirá Reinaldo Fujimoto. Cecília Garcez vai para vice-presidência de Comunicação. Como vice-presidente de Relações Funcionais entrará Emílio Santiago Rodrigues. Para a vice-presidência de Relações Institucionais irá Fernando Amaral.


Diretoria
Presidente - Sérgio Riede
Vice-Presidente Administrativo e Financeiro - Reinaldo Fujimoto
Vice-Presidente de Comunicação - Cecília Garcez
Vice-Presidente de Relações Funcionais - Emilio Rodrigues
Vice-Presidente de Relações Institucionais - Fernando Amaral

Conselho Deliberativo

João Botelho (presidente)
Ana Lúcia Landin
Augusto Carvalho
Cláudio José Zucco
Claudio Nunes Lahorgue
Denise Vianna
Douglas Scortegagna
Gilberto Matos Santiago
Ilma Peres Causanilhas Rodrigues
Isa Musa
José Branisso
Luiz Antonio Careli
Luiz Oswaldo Santiago Moreira de Souza
Graça Machado
Maria Goretti Fassina Barone Falqueto
Mário Tatsuo Miyashiro
Mércia Pimentel
Nilton Brunelli
Paula Regina Goto
Tereza Godoy
William Bento


Fonte: www.anabb.org.br

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A crise é problema político ou econômico?

Caros colegas,
É importante que, até o final do ano, acompanhemos como está sendo controlada a crise na Europa e Estados Unidos, pois não temos como negar a influência que uma possível recessão mais forte possa atingir nossa Bolsa de Valores e, consequentemente, infuenciar nosso resultado no final do ano. Por isso, eu estarei divulgando algumas análises sobre a situação para que os colegas fiquem bem informados e que possamos discutir alguns pontos polêmicos.

Como há uma relação de causa-efeito entre economia e política, a resposta não é trivial. Em termos epistemológicos, a Economia Política estuda como os contornos políticos influenciam a conduta dos agentes econômicos e vice-versa: como as reações destes modificam o entorno político. Montchrétien e Adam Smith utilizaram essa terminologia para explicar as relações no mercado de trabalho como centrais na geração de riqueza e competitividade das nações. É possível, assim, tirar daí reflexões para a crise na zona do euro (ZE).
A começar por notar que não há consenso sobre se a crise é econômica ou política. Questionadas pela revista Época (7/11), Eliana Cardoso diz que o problema é político e que este determina o econômico e Benedicta Marzinotto, do centro de estudos Bruegel, afirma que era econômico e passou a ser político.
Pode-se argumentar que o problema econômico causou o político. Não só porque o estopim em 2008 começou no mercado financeiro, com freio no crédito, mas também porque hoje se vê um EUA endividado, com baixo crescimento e desemprego alto e persistente. Não importa, pois, qual partido está no poder. Ele deverá perder as próximas eleições. Na Europa é até pior, pois ela ainda conta com crise soberana, desalinhamentos competitivos e nas regras fiscais e alta exposição bancária. Nesse imbróglio, Sócrates, Papandreou e Berlusconi renunciaram em Portugal, Grécia e Itália; Cowen e Zapatero perderam eleições para a oposição na Irlanda e na Espanha; e Sarkozy deve perder na França.
Também é possível dizer que o problema político gerou o econômico. Afinal, a crise de 2008 foi consequência de ações políticas (desregulamentação bancária) desde Reagan, que subestimou os riscos dos derivativos. O entorno desse cenário político incentivou os agentes a reagirem de certa maneira, culminando no estouro da bolha. Se tivesse havido vontade política, medidas poderiam ter sido tomadas com resultados econômicos distintos. E na crise da ZE, a instabilidade política tem gerado incertezas econômicas. Fala-se muito em dívidas e déficits, pois os limites do Tratado de Maastricht não foram cumpridos. Pouco se fala, porém, sobre o mercado de trabalho. Um Finlandês viveria na Grécia em 1999? E hoje?
A migração no mercado de trabalho desde a formação da ZE não ocorreu satisfatoriamente, gerando descompasso na competitividade entre seus membros. Comparando a variação dos custos unitários do trabalhador, vê-se que foi grande o ganho de competitividade da Alemanha desde 2000, tanto que ela é a maior superavitária em transações correntes. Como o câmbio é fixo, o ajuste nas contas externas dos demais passa pela redução de preços e salários dos países periféricos vis-à-vis os centrais. Mas, com uma só moeda, o processo é lento em razão da rigidez desses preços. Indicadores de produção e desemprego mostram isso. Fossem flexíveis, as variáveis reais não seriam afetadas.
Merkel, Weidmann e Draghi dizem que só os políticos resolvem a crise e rejeitavam veementemente usar o Banco Central Europeu como emprestador. Mas, em 30/11, houve atuação dos seis maiores BCs cortando juros e, em 1/12, anúncio de um novo tratado. O cenário está tão confuso que a The Economist (26/11) sugere que o euro pode acabar. Alinhamentos políticos e fiscais e atuação monetária são elementos importantes na solução de curto prazo.
Porém, se a ZE sobreviver, seguirá com problemas estruturais de longo prazo. Além da criação de uma instituição fiscal que harmonize regras fiscais e previdenciárias, o mercado de trabalho precisa ser mais discutido. Se em 1999 a mobilidade de trabalho tivesse sido alta, provavelmente agora não haveria problemas relativos à competitividade. Mas hoje seria essa total mobilidade desejada? Na tentativa de evitar a destruição do projeto de 60 anos da moeda única, pois, seria importante resgatar as leituras de outrora, uma vez que num sistema democrático a simbiose entre economia e política é um fato e a dinâmica no mercado de trabalho, uma variável relevante como parte da solução de longo prazo da crise na ZE. (Cristiane Alkmin J. Schmidt - Agência Estado)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Análise matéria Revista 161 da Previ

Caros colegas,

Eu ia fazer um resumo da matéria que saiu na última revista da Previ (161 - outubro/2011), porém eu recebi um email de uma análise do colega Edgardo Amorim Rego que achei bem pertinente e que gostaria de compartilhar com vocês. Ele foi brilhante em suas colocações que eu concordo em gênero, número e grau. Essa matéria da Previ realmente nos faz pensar em uma preparação para o que vem por aí, por isso acho muito importante que comecemos a debater o assunto.

Di-lo a PREVI
          Acabo de receber o número161 da Revista PREVI, do mês de outubro do corrente ano. O artigo, que mais me interessou, foi o intitulado "Altos e Baixos das Ações". Ele parece pretender justificar o alto nível de recursos aplicados em ações.
          Ele informa que a meta atuarial para o corrente ano é o INPC mais 5% de juros. Informa, também, que o Presidente da ABRAPP declarou recentemente que "nenhuma das Entidades de Previdência Complementar deve bater as suas metas de rentabilidade neste ano", Isso se deve principalmente, continua o artigo, ao desempenho fortemente oscilante da Bolsa de Valores, cuja rentabilidade, acumulada até setembro, se situava em -24,5%.
          Prossegue esclarecendo que o Plano 1 de Benefícios tem mais de 60% dos recursos aplicados em ações. E justifica:
- no médio prazo, a taxa básica de juros da economia deve cair;
- no longo prazo, a rentabilidade da Renda Variável superou a da Renda Fixa;
- nos últimos dez anos, a rentabilidade acumulada da Renda Variável foi de 762,50%, enquanto a da Renda Fixa foi de 390,56%;
- a rentabilidade total do Plano 1 foi de 571,94%;
- a rentabilidade do Plano 1 de Benefícios, portanto, tem sido puxada pela rentabilidade em Renda Variável;
- o exemplo da PREVI será seguido por outros fundos de pensão.

          De fato, a argumentação merece reflexão respeitosa, não sem desvanecer por completo a dúvida sobre a conveniência de menor exposição aos riscos da Renda Variável. Haja vista passado mais remoto e por período de três décadas, de final de 1971 a meados de 2001. Nos primeiros doze anos o índice Ibovespa permaneceu praticamente no mesmo nível, nem ganho nem perda. A segunda metade da década de 80 foi marcada por forte alta, seguida de forte queda, o que significa que houve altos ganhos, seguidos de altas perdas. A década de 90 iniciou-se com consistente movimento de alta que terminou com forte queda. Já nos oito primeiros anos deste século, a Bolsa foi um dos principais palcos do desvario financeiro, que há três anos desafia a sobrevivência econômica das mais poderosas e ricas nações do Mundo! Os maiores bancos do Mundo foram amparados pelos seus Governos e outros foram devorados pela falência. Nações como a Islândia e a Irlanda estão padecendo da enfermidade de seu sistema financeiro e contaminando as maiores economias europeias, sobretudo a da Inglaterra. Países, como a Espanha, a Grécia e a Itália, acham-se em  dificuldades em razão das medidas de política monetária e fiscal adotadas para salvar o seu sistema financeiro, e até contaminaram outros países como a França, a Inglaterra e a Alemanha.
          Entre as vítimas da insanidade financeira estava a maior companhia de seguros do Mundo, base de toda a estrutura da bolha especulativa, que está desgraçando a economia dos países do Atlântico Norte e a infelicitará por muito tempo. Esse fato sugere que multidão de aposentados está hoje, e outra multidão estará amanhã, suportando o infortúnio da eliminação da renda, que haviam antecipadamente comprado para a sobrevivência na velhice!A sociedade, sobretudo a classe operária e os aposentados, está sendo chamada para salvar os Estados, que salvaram o sistema financeiro, isto é, o capital dos arquitetos da insanidade financeira!
          A análise do artigo chama a atenção para o fato de que o valor das ações pertencentes à PREVI não vem experimentando o nível de desvalorização atual da Bolsa, porque em grande parte elas auferem o valor econômico do papel produtivo, que as respectivas empresas desempenham no mercado real, e não do valor especulativo que lhe atribuem no mercado da Bolsa. Mas, na realidade, ninguém é capaz de prever com segurança qual será no médio prazo o figurino que a economia mundial exibirá!... Isto é, estamos num momento de incerteza até mesmo desse valor econômico que as ações detidas pela PREVI exibem.
          É tempo de reflexão. Será que no curto e médio prazo a Renda Variável continuará exercendo o papel de locomotiva da rentabilidade das EFPC?! É essa, de fato, a paisagem econômica e financeira que se descortina? A política financeira que se espera de uma EFPC, e que lhe convém, é de apenas longo prazo e arriscada? Ou é de segurança, e continuada, no  curto, médio e longo prazo? Digam, decidam e assumam as responsabilidades os mestres, que eu não sou. Sou apenas um cidadão que indaga e procura a luz, o esclarecimento.
          Mas, o assunto que mais me interessou no citado artigo foi a consideração sobre as consequências para o resultado no exercício financeiro de 2011. E o que mais calou em meu espírito não foi a previsão de que, "considerando as condições de setembro, estima-se que seria possível continuar pagando o BET até meados de 2012." Afinal de contas, todos sabemos que aqueles superávits eram resultado do mais intenso movimento especulativo já registrado na história dos mercados financeiros mundiais. Todos sabiam que a bolha especulativa estava para explodir. Só não se sabia a data exata.
          O que realmente mais me interessou em todo aquele texto foram os três seguintes parágrafos: "Caso não se atinja a meta atuarial no exercício de 2011, os valores de duas contas de Reserva do Plano 1 diminuirão: a Reserva para Revisão do Plano e a Reserva de Contingência do Plano 1. A Resolução CGPC 26 determina que, caso a Reserva de Contingência fique abaixo de 25% da reserva matemática do Plano, ela seja recomposta. Para recompor esta Reserva ao nível determinado pela legislação, será necessário antecipar o fim do pagamento do Benefício Especial Temporário (BET)."
          Tudo o que está aí afirmado vem confirmar aquilo que declarei em meu artigo sobre a Informação nº 58/2008/SPC/GAB/AG , prestada pela SPC e dirigida ao Senado Federal, em 24/12/2008, resposta ao pedido de esclarecimentos sobre a Resolução CGPC 26, formulado pelo Senador Álvaro Dias.
          Naquela Informação, a SPC, hoje PREVIC, utiliza três principais argumentos para justificar a "Reversão de Valores", criada e introduzida pela Resolução CGPC 26: a interpretação extensiva do Princípio da Equidade, o Enriquecimento Ilícito e a desvinculação dos recursos superavitários. Esses três argumentos, sobretudo o do Enriquecimento Ilícito, são muito influentes sobre o ânimo dos Juízes. Urge que se demonstre aos Juízes, com argumentação de absoluta contundência, que não lhes cabe guarida nessa questão da distribuição de superávits da PREVI.
          Acho que assim o fiz em vários textos por mim já escritos, sobretudo naquele "Reflexões sobre a Informação nº 58/SPC/GAB/AG". Naquele outro artigo, intitulado "Lições do Acórdão da Justiça do Paraná", ficou bem claro que na verdade o que ocorre na PREVI é o EMPOBRECIMENTO ILÍCITO dos aposentados e pensionistas. Agora, o que aqueles três parágrafos supracitados afirmam é que, como comprovei em meu artigo "Reflexões Sobre a Informação", não existem recursos desvinculados da sua destinação previdenciária. Não existem, na realidade, três diferentes reservas: a reserva matemática que empata com os compromissos previdenciários assumidos pela PREVI, as reservas previdenciárias de mera garantia e as reservas para distribuição que, no entender daquela Informação da SPC, nem previdenciárias seriam, já que estariam desvinculadas de sua finalidade previdenciária, porque excedente não só ao valor total dos compromissos previdenciários da PREVI, mas até das reservas de garantia.
          Naquele meu texto "Reflexões sobre a Informação" arguí que as três reservas são uma e mesma coisa, a saber, reservas previdenciárias, porque as três são recursos previdenciários, as três têm o mesmo destino - pagar benefícios a beneficiários da previdência complementar -, as três pertencem a um Plano de Benefícios Previdenciários, as três são patrimônio de uma EFPC.
          Até na minha argumentação utilizei a imagem de um depósito inflável, que se vai adaptando ao volume da substância nele contida. A realidade é uma só: reservas previdenciárias, que assumem denominações diferentes, simplesmente porque se situam em níveis diferentes de valor. A realidade é uma só coisa, reservas previdenciárias, que assumem, consoante os níveis de valor, as denominações, Reservas Matemáticas, Reservas de Contingência e Reservas Especiais, conforme os níveis se elevam ou baixam.
          Pois é exatamente o que a  PREVI está afirmando nesses três parágrafos, e pasmo eu, declarando ela, alto e bom som, que isso se acha prescrito pela Resolução CGPC 26.
          Atente-se bem. O BET é a distribuição de metade da Reserva Especial de três anos consecutivos, existente no exercício de 2009. No exercício de 2010 houve outro superávit, que constituiu outra Reserva Especial, que não foi distribuída. Pois bem, a PREVI está dizendo que a Resolução CGPC 26 entende que, desvalorizadas as Reservas Matemáticas, parte das Reservas de Contingência se transformou em Reservas Matemáticas. Diz também que mediante essa transformação, e também com a própria desvalorização das Reservas de Contingência, desapareceram não apenas as Reservas Especiais do ano passado de 2010, mas também as Reservas Especiais do exercício de 2009! A PREVI está, no meu entender, contradizendo a PREVIC, afirmando que a Reserva Especial não perde a vinculação previdenciária, que caracteriza o patrimônio da EFPC, seja lá qual for a denominação que receba. Com todo o respeito e veneração que me merece o dogma da Santíssima Trindade, isso até, em minha mente, o lembra, já que aqui temos três denominações diferentes (reservas matemáticas, de contingência e especial) para uma só e mesma realidade (reservas previdenciárias).
          Aliás, a PREVI tem razão. É o próprio artigo 18 que reconhece a permanência da vinculação da Reserva Especial à sua destinação previdenciária.
          Agora, ainda me ficam outras dúvidas, suscitadas pelo artigo da Revista PREVI de outubro passado, entre elas esta: ele afirma que, ao contrário do benefício do BET, as contribuições continuarão suspensas. E justifica da seguinte forma: os recursos para as contribuições foram apartados. Fica, então, uma interrogação, posta por quem confessa não ser um expert em técnicas atuariais: e por que não se podem apartar também os recursos superavitários de três anos de forma tal que torne desnecessário o artigo 18 da Resolução CGPC 26?

          Fiquemos por aqui. (Edgardo Amorim Rego)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Como será a governança na Anabb?

Caros colegas,

Após o resultado oficial da Anabb, tivemos acesso aos 21 conselheiros mais votados. O "time da Anabb" elegeu 9 conselheiros (Cecilia Garcez, Graça Machado, Denise Vianna, Ana Landin, Emílio, Brunelli, Augusto Carvalho, Tereza e Mércia). O outro grupo elegeu 12 conselheiros, sendo que 2 conselheiros não são reconhecidos por alguns apoiadores.
No dia 12.12, esses conselheiros elegerão os membros da Diretoria Executiva e o Presidente do Conselho Deliberativo. Após a eleição da diretoria, 5 conselheiros suplentes assumem a titularidade (Paula, William, Zucco, Branisso e Lahorgue). Desses 5 conselheiros, 2 são do “time da Anabb” e 3 do outro grupo, sendo que esse “outro grupo” engloba vários subgrupos que, historicamente, não são tão afinados. Se esse grupo eleger toda a Diretoria, o “time da Anabb” ficará com a maioria no Conselho. Se o nosso grupo assumir 2 diretorias, não ficaremos nem com maioria no Conselho nem na Diretoria.
Em minha opinião, o que seria mais interessante para a entidade e para todos os associados, seria cada grupo ter maioria em um órgão de governança, pois, dessa forma, todas as ações seriam negociadas e discutidas, o que é muito bom para todos.
Não podemos perder de vista que o mais importante agora é esclarecer os pontos que ficaram nebulosos no período das eleições e, sem preconceito e com muita transparência, como foi o slogan do grupo opositor, que seja repassado aos associados todas as análises feitas e conclusões a respeito dos pontos polêmicos que foram abordados durante o processo eleitoral. O que não dá para aceitar a postura de algumas pessoas que, frustradas por não conseguirem seus objetivos, jogar todo um trabalho na lata do lixo por motivos puramente pessoais. Eu entendo que quando estamos em um grupo, temos que olhar como grupo e não somente nosso umbigo.

As negociações estão acontecendo, até porque o grupo que tem maioria é formado por vários subgrupos e todos com suas demandas que gostariam que fossem atendidas. Não é uma negociação tão fácil, por isso, acredito que só teremos uma definição no próprio dia 12.12. Podem ter certeza que vocês saberão de tudo.

Cecilia Garcez